Geralmente uma paróquia é criada quando uma comunidade já é constituída. Também a nossa paróquia tem a sua pré-história. A Vila Coimbra sempre foi considerada um bairro de ligação de Goiânia a Campinas, que tem uma história bem mais antiga do que a Capital. Geralmente uma paróquia é criada quando uma comunidade já é constituída. Também a nossa paróquia tem a sua pré-história. A Vila Coimbra sempre foi considerada um bairro de ligação de Goiânia a Campinas, que tem uma história bem mais antiga do que a Capital. Desde a sua formação este bairro teve a assistência religiosa dos Padres Redentoristas. Havia inicialmente um pequeno oratório de madeira, com a imagem de S. Judas Tadeu, de devoção popular, onde foi construída uma capela e a comunidade foi se formando. Quando, em 1952, Fr. Nazareno Confaloni, a convite de D. Emanuel, veio para Goiânia, foi confiada a ele esta capela, onde hoje está a secretaria da paróquia. Desde o início, residindo na casa de Antônio Daniel e Pina, Fr. Nazareno assumiu três frentes de trabalho:
1. dedicou-se à comunidade da Vila Coimbra, numa intensa ação de pré-paróquia;
2. de acordo com o Arcebispo, fundou na jovem Universidade Católica uma Faculdade de Belas Artes e passou a lecionar na mesma;
3. intensificou a atividade que já trazia nas suas veias, ampliando a sua produção como artista plástico e o povo passou a dar grande apoio ao “padre pintor”.
Giuseppe Confaloni (Viterbo Itália 1917 – Goiânia GO 1977). Pintor, muralista, desenhista e professor. Estuda com Felice Carena Baccio, Maria Bacci e Primo Conti, quando entra para o apostolado, ordenando-se frei dominicano em Florença (Itália). Em 1950, a convite do bispo Cândido Penzo, vai à cidade de Vila Boa (atual Goiás) para pintar 15 afrescos na Igreja do Rosário, denominados Mistérios de Rosário. Permanece na cidade como pároco e introduz a técnica do afresco.
Num trabalho solitário, mas com grande respaldo da comunidade, Fr. Nazareno foi lançando as bases da nova paróquia. Em 1954, já com o projeto da nova igreja e iniciando os trabalhos nos seus fundamentos, foi criada a Paróquia S. Judas Tadeu e Fr. Confaloni foi nomeado pelo Arcebispo o seu primeiro pároco. Então as preocupações do jovem frade aumentaram: era preciso enfrentar as construções da igreja e da residência dos Dominicanos – a paróquia não era confiada simplesmente a um religioso, mas à Ordem Dominicana. O próprio frei pintor fez o projeto do novo convento e bem logo lançou mãos à sua construção. Começou vender as suas telas, que tinham grande aceitação, e enfrentar, com a comunidade, campanhas para as construções simultâneas da igreja e do convento. Não era fácil, num bairro também em formação, mas era necessário.
À medida que a residência dos religiosos crescia a comunidade dos frades foi aumentando. Os religiosos não ficaram presos somente à pastoral paroquial, mas estiveram presentes em várias frentes, como na arquidiocese, na Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional Goiânia, Regional da CNBB, programas de TV, Universidade, Comissão Justiça e Paz, etc. Os seguintes religiosos residiram e trabalharam aqui em tempos diversos: Fr.Nazareno Confaloni, Fr. Miguel Lanzani, Fr. Ceslau Cencini, Fr. José Maria Lorenzetti, Fr. Francisco Pessutto, Fr. João A. Basílio, Fr. Henrique Ciocci, Fr. Reginaldo Orlandini, Fr. Mateus Curado, Fr. Antônio Araújo, Fr. Lourenço Papin, Fr. Celso Pereira de Almeida, Fr. Zózimo Zilli, Fr. Antônio Lupi, Fr. Humberto Pereira de Almeida, Fr. Mário Rodrigues, Fr. Domingos dos Santos, Fr. Edvaldo (Bruno) A. dos Santos, Fr. José Fernandes Alves, Fr. Célio Garcia, Fr. Wanderley Mesquita, Fr. Edmilson Rodrigues e outros, que podem ter escapado da minha memória. – Foram párocos: Fr. Nazareno Confaloni, Fr. João Basílio, Fr. Celso Pereira, Fr. Lourenço Papin, Fr. Humberto Pereira, Fr. José Fernandes, Fr. Edvaldo (Bruno) dos Santos, Fr. Edmilson de Oliveira.
Praticamente desde os inícios da paróquia os dominicanos assumiram a pastoral na capela e comunidade S. Vicente de Paula, no Setor Americano do Brasil. É uma boa comunidade anexa à nossa e faz parte da nossa paróquia.
Juridicamente a paróquia S. Judas Tadeu compreende todo o Setor Coimbra, parte dos Setores dos Funcionários, Oeste e Americano do Brasil. É interessante porem observar que o Direito Canônico em vigor até 1982 definia paróquia como um território, dentro de limites estabelecidos, etc. O Direito Canônico em vigor a partir de janeiro de 1983 diz que paróquia é uma comunidade de fieis, sob os cuidados pastorais de um pároco, etc. O que realmente importa é que paróquia não é um território, mas uma comunidade de pessoas. Então as pessoas podem pertencer a uma paróquia, na qual participa, mesmo residindo fora dos seus limites jurídicos. É muito normal então que pessoas que residem no nosso bairro de fato pertençam a outras paróquias, e tantos que residem bem distantes de nós sejam nossos paroquianos – são da nossa comunidade. Cada um é paroquiano onde se encontra bem e se realiza como cristão.
A paróquia S. Judas Tadeu é uma família. Nós nos conhecemos, encontramo-nos e caminhamos juntos. Reconheçamos porem que vida cristã, para nós, não é somente olhar para os céus e rezar, mas é vida na sua totalidade. Nós somos cristãos em tudo o que vivemos e fazemos. Não pode haver dicotomia em nós, entre matéria e espírito, nós precisamos viver a vida em plenitude em toda a extensão da nossa existência.